O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Agonia Intelectual...

Devo estar em algum declínio criativo pois,
As ideias não consigo separar, seleccionar...
Algo se interpõe entre mim e a minha mente,
E o que penso não estou a conseguir dissecar...
Mas não vale o esforço despendido em desespero,
Pois sei que como sempre é algo passageiro...
E de novo voltarei com força a atacar,
E a rima voltará para o ouvido mais certeiro...
No entreposto aproveito para afinar, delinear,
Um plano que se adeqúe à nova atitude...
Por certo a mente não o vai estranhar mas,
A questão estará sempre vinculada na virtude...
E é desta maneira, tão sóbria e cristalina,
Que me questiono acerca da preposição...
Pois se é facto que em agonia estou em silêncio,
Na verdade mais sincera eu encontro a solução...
Vou lutando comigo mesmo numa batalha cruel,
O propósito que me move é intenso e interior...
E como que um grito abafado que na garganta explode,
O sentimento que se segue é solto com furor...
No caminho que percorro na busca de algo melhor,
Os altos e baixos sucedem-se sem piedade...
Mas no calor das palavras me recolho sempre,
E aí sinto que alcanço o oposto da saudade...
Deste modo eu avanço nesta vida atribulada,
Dos meus erros eu faço um mapa correcto...
Para que siga sempre o melhor dos percursos,
E não pise jamais com os meus pés, nada que não o caminho certo...
Vou pensando neste dilema, ele me impele a reflectir,
E em cada linha que acrescento tenho o poder de decidir...
É a arma mais poderosa, com que sempre pude contar,
Da palavra faço a minha lei, que dilacera o comum vulgar...