O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

S.A. (sociedade anónima...)

Está de volta a loucura, os dias atribulados,
Embarcamos na aventura, a que estamos destinados...
O dia passa a noite, não tem fim a diversão,
Aguentamos estafados e ninguém diz que não...
Excessos são cometidos, é situação normal,
Quando os amigos se juntam o show é descomunal...
Ficamos diferentes vê-se o melhor e o pior,
Conhecemos várias facetas, que não sabemos de cor...
Invade-nos uma alegria, de fé em grandes momentos,
Queremos viver os pormenores, com o maior dos alentos...
Criam-se recordações, relações e amizades,
Não não estou enganado é a mais pura das verdades...
É uma semana num ano, mas em nada é igual,
A todas as outras que temos, até à do Natal...
Entra-se num outro mundo, numa outra dimensão,
Vivemos intensamente, com sentimento e paixão...
Sentimos à flor da pele, um grande misto de emoções,
Somos todos invadidos pelas mais belas sensações...
Nada mais importa, é aproveitar tudo ao máximo,
Não há limites impostos, num futuro mais próximo...
Laços intensificam-se, mas queremos sempre mais,
Do pudor não há memórias, ele não condiciona tais...
Carpe Diem é o lema, é a atitude em geral,
Quase nunca te arrependes, do seu resultado final...
Liberdade perversa, pelos mais velhos rotulada,
Mas não será apenas fruto de uma vida condicionada...
E de uma vontade imensa de poder ter sido assim,
Salazar roubou-lhes vida, no princípio meio e fim...
Aproveitamos tudo, como chuva num deserto,
E os finais de noite têm, um encanto incerto...
Se não ficas satisfeito não tens de ficar frustrado,
Pois no dia seguinte o processo é reiniciado...
Só lamentas quando vês, esses dias escassear,
Pois se algo não viveste, para sempre vais lamentar...
Porque os dias de loucura embora tenham calendário,
A tua vida continua e um dia muda o cenário...
As responsabilidades aumentam, a elas não podes fugir,
Embora em espírito permaneça a juventude a sorrir...
Lembra-te destas palavras, aqui podes encontrar,
Algo com que te identifiques, onde te possas enquadrar...
Por isso mesmo vos digo, com a mais pura humildade,
Que ela ainda não começou, mas dela já sinto saudade...
Portanto preparamos, tudo com muito afinco,
Não quero que influenciem este bem estar que eu sinto...
E se o ano vai longo, aqui quero descansar,
Com esta loucura consigo, as baterias carregar...
Para enfrentar um dia-a-dia, que por vezes é atroz,
A vida não é fácil, mas ela depende de nós...
E assim quero terminar esta breve reflexão,
A ideia é só uma, quero vivê-la até mais não!

domingo, 26 de abril de 2009

Paranóia

De antemão, mas escreves tu com verdade,
Se para ti o realismo foge um pouco à realidade...
É mesmo assim, e não há nada que possas refazer,
Porque afinal vives a vida sem ter medo de morrer...
Guardas tudo, até à mais ínfima imagem,
Desta vez vais arriscar e atravessar pr´a outra margem...
Sem mais demoras, e agora recordas como é feito,
Socializas, verbalizas, ages conforme e a preceito...
Nada mais, e mais nada nem ninguém tens de seguir,
Se tens de andar ao contrário, entras quando queres sair...
Ninguém sabe o que é, mas toda a gente o conhece,
Se por causa de um acaso o mal já não te acontece...
O pensamento flui, e não é por mero acaso,
Tem raízes bem vincadas, que nem golpe em Burkina Faso...
Porque por vezes há, necessidade de fazer frente,
Não desconfio de ninguém mas não confio em toda a gente...
Existe erro também, andei e estive enganado...
E para o desfazer foi trabalho complicado...
Linguagem incerta, sem razão ou sem motivo,
Como página rasgada, mas uma do melhor livro...
Se o que queres é fazer número basta andares por aí,
Pois se a luta continua nós ficamos por aqui...
Sem medo nenhum, mas não é pura evidência,
As coisas acontecem sem ser por coincidência...
E assim, sem o mais puro regrado,
Procuras o equilíbrio pois estás desequilibrado...
Não estás enquadrado e nem procuras estar,
Perspectiva diferente é com a que queres ficar...
A censura dos outros dá vontade de me rir,
Quando inovas desafias, quando vêm já estás a ir...
Pensamentos desajustados, ilógico o raciocínio...
Mas tudo está conjugado como morte num assassínio...
E se não faz sentido é sentido com intensidade,
Podes estar confuso porque te ofusca a verdade...
O poder da língua vem sempre ao de cima,
É a arma do poeta, o destino o afirma...
Continua a saga, sem violência e sem pudor,
Pois no barco desta aventura sou eu o condutor...
E quando dás por isso já o caldo está entornado,
Não sabes como acontece mas é sempre complicado...
É como rever alguém que não vês à muito tempo,
Bons são os primeiros segundos, os restantes não aguento...
És sempre sincero e não enganas ninguém,
Se gostam está tudo, se não gostam tudo bem...
E de repente a calma, por ela és invadido,
No fundo agoniaste mas foi tudo sem motivo...
Acordas de repente, no afogar és a bóia,
E vês que tudo não passou de uma simples paranóia...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Gosto...

O meu ser não consegue sossegar, está predominantemente agitado,
Talvez consequência da vida quando nesta algo muda demasiado...
O teu espaço é invadido por alguém favorito,
Não consegues explicar, como uma crença ou um mito...
Acontecimentos destes sempre mexeram comigo,
E será já pedir muito querer que mexam também contigo...
Uma simples conversa, um sorriso ou um olhar,
É tudo o que basta para um dia mudar...
Agradável quando vives este género de situação,
Pois parece que alguém tem teu coração na mão...
Consegue-te dominar num sentido abstracto,
E ao descrever isto não consigo ser exacto...
Não dá para raciocinar quando o sentimento te domina,
E digam lá se não gostam quando esta sensação fascina...
Transporta-te para um mundo como não há igual,
E tudo acontece de uma forma natural...
Um sorriso nos lábios nunca é fora de contexto,
Quando gostar de estar com alguém é o único pretexto...
Parece que o tempo pára e para mim é perfeito,
As conversas prolongam-se mas nunca se está satisfeito...
Perguntas-te como é possível isto estar a acontecer,
Pois certamente não é algo que tu pudesses prever...
E o encanto que sentes não podes ignorar,
Não é nada concreto mas é tão fácil de gostar...
A tendência é para esconder, jogas pelo seguro então,
E encontro nas palavras uma forma de libertação...
Porque há certas coisas que não falas com toda a gente,
E se os outros o fazem eu tento ser diferente...
Não é que tenha medo de mostrar o que sinto,
Mas sei que por vezes o faço de modo muito sucinto...
Não é fácil perceber quando me estão a cativar,
Nos olhos não o denuncio mas não é para enganar...
É apenas e só uma forma de me proteger,
Porque em coração roubado trancas há que meter...
Mas eventualmente essa barreira vão quebrar,
E é nesse preciso momento que a vida começa a mudar...
Sempre na esperança de que nada se passe igual,
Pois se assim se evoluir para mim é o ideal...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sem Inspiração

Fugiu-me a inspiração, não consigo ligar nada,
Faltam-me as palavras, tenho a mente desligada…
Quero expressar o que sinto, quero-me explicar melhor,
Mas por vezes não é fácil dizer o que há de pior…
É uma sensação esquisita, parece que estou engasgado,
Mesmo sem tentar falar, o pensamento está travado…
Acontece-me por vezes, mas odeio a sensação,
Gosto de mostrar o conteúdo, que me vai no coração…
Porque como ser humano necessito comunicar,
E se por vezes não o consigo sinto-me a sufocar…
Nunca entrei em desespero, nem nunca andei perdido…
Mas isto que sinto por vezes, deve ser o mais parecido…
Um pensamento após outro, palavra após palavra,
Sinto a ânsia de transmitir, sinto-me cão que não ladra…
Quero sempre dizer mais, quero-me fazer ouvir,
E quando não solto a escrita, não me é fácil existir…
Porque se por um lado sei, o que com as palavras quero mudar,
Por outro sinto-me vazio, como uma praia sem mar…
Mas lá vou ultrapassando estes momentos menos bons,
Esforço-me por ouvir no meu ser, todos os seus sons…
Pois por vezes é demasiado difícil, definir inspiração,
Ela pode ser tantas coisas, e algumas fogem à razão…
Uma troca de olhares, um café ou uma conversa,
É tudo o que precisas por vezes, para unir o que a mente dispersa…
Uma pessoa especial, uma acção ou mesmo um agrado,
Podem fazer de mim, o poeta mais inspirado…
Portanto não posso de todo, ceder ao meu desespero,
De não conseguir escrever, tantas vezes como quero…
Porque estas inspirações da vida, passam a vida a acontecer,
É preciso estar atento e não as deixar perder…
Porque por vezes o mais trivial, é de importância extrema,
E como cada um é como cada qual, eu escrevi este poema…
Para relembrar a todos, o que para mim é importante,
Temos de estar nesta vida, com tranquilidade constante…
Não ceder à pressão e jamais desesperar,
Agarrar o que de melhor, a vida tem para dar…
Momentos especiais, pessoas e até mesmo alguns factos,
São para mim o que justifica, a tendência dos meus actos…
Portanto não posso dizer, que tenho falta de inspiração,
Porque no fundo até escrevo, sem a ter como noção!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Porque escrevo...

Numa sociedade podre, engolida pela vaidade,
É em linhas como estas, que encontra alguma contrariedade...
Ataco olhos nos olhos, é a mais pura das verdades...
Deixo de fora tristezas e qualquer tipo de vaidades...
Porque por vezes a vida é como levar uma injecção...
Não há prazer sem dor, não há bela sem senão...
Expresso-me em português, numa linguagem padrão...
E se Camões perdeu um olho, eu não perco a razão!
Muito me passa pela cabeça, mas um só pensamento persiste,
Gosto de atacar as causas com palavras em riste...
Reivindicar pela escrita, é algo que me seduz,
Tentar explicar com palavras o que o meu sentimento traduz...
Tenho o cérebro a mil, não consigo descansar,
Mas ao contrário da vida escrevo sem hesitar!
Sobre os temas de que escrevo, não há nada a esconder,
Escrevo sobre o que se destaca, sem nada a perder...
Pessoas de ideias fixas e com conversas banais,
Completamente alienadas, as perfeitas anormais!
Comunidades distintas, mas sem crenças nem valores,
Onde ninguém se destaca dos mais pobres aos doutores!
Julgam-se donas da verdade, mas de ideais sem sentido,
Mas para mim mais parece, terem o cérebro derretido...
Falo de gente mesquinha, que me deixa sufocado,
Quando na verdade ela, me devia passar ao lado!
Apreciam frases feitas e os clichés acham lindo,
E é essa conversa da treta, da qual eu mais prescindo!
Então fazes valer o teu génio criativo,
Pode não ser o melhor pensamento mas é do género abrasivo!
E a nível da mensagem, ela nunca salta à vista,
É linguagem configurada para que ninguém resista!
Ninguém impõe limites no teor da composição,
O único entrave que conheço é uma cessante imaginação!
Sobre esta fase da vida, que mais posso eu dizer,
Na escrita me refugio, sinto poder a escrever!
Não me considero artista, apenas um poeta urbano,
Que cria meras frases, sobre vivências do seu quotidiano.