O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

domingo, 26 de abril de 2009

Paranóia

De antemão, mas escreves tu com verdade,
Se para ti o realismo foge um pouco à realidade...
É mesmo assim, e não há nada que possas refazer,
Porque afinal vives a vida sem ter medo de morrer...
Guardas tudo, até à mais ínfima imagem,
Desta vez vais arriscar e atravessar pr´a outra margem...
Sem mais demoras, e agora recordas como é feito,
Socializas, verbalizas, ages conforme e a preceito...
Nada mais, e mais nada nem ninguém tens de seguir,
Se tens de andar ao contrário, entras quando queres sair...
Ninguém sabe o que é, mas toda a gente o conhece,
Se por causa de um acaso o mal já não te acontece...
O pensamento flui, e não é por mero acaso,
Tem raízes bem vincadas, que nem golpe em Burkina Faso...
Porque por vezes há, necessidade de fazer frente,
Não desconfio de ninguém mas não confio em toda a gente...
Existe erro também, andei e estive enganado...
E para o desfazer foi trabalho complicado...
Linguagem incerta, sem razão ou sem motivo,
Como página rasgada, mas uma do melhor livro...
Se o que queres é fazer número basta andares por aí,
Pois se a luta continua nós ficamos por aqui...
Sem medo nenhum, mas não é pura evidência,
As coisas acontecem sem ser por coincidência...
E assim, sem o mais puro regrado,
Procuras o equilíbrio pois estás desequilibrado...
Não estás enquadrado e nem procuras estar,
Perspectiva diferente é com a que queres ficar...
A censura dos outros dá vontade de me rir,
Quando inovas desafias, quando vêm já estás a ir...
Pensamentos desajustados, ilógico o raciocínio...
Mas tudo está conjugado como morte num assassínio...
E se não faz sentido é sentido com intensidade,
Podes estar confuso porque te ofusca a verdade...
O poder da língua vem sempre ao de cima,
É a arma do poeta, o destino o afirma...
Continua a saga, sem violência e sem pudor,
Pois no barco desta aventura sou eu o condutor...
E quando dás por isso já o caldo está entornado,
Não sabes como acontece mas é sempre complicado...
É como rever alguém que não vês à muito tempo,
Bons são os primeiros segundos, os restantes não aguento...
És sempre sincero e não enganas ninguém,
Se gostam está tudo, se não gostam tudo bem...
E de repente a calma, por ela és invadido,
No fundo agoniaste mas foi tudo sem motivo...
Acordas de repente, no afogar és a bóia,
E vês que tudo não passou de uma simples paranóia...

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