O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

terça-feira, 30 de março de 2010

O Derradeiro Poema Sobre O Amor

Vai entrando devagar, sem que por ele se dê conta,
Quando nos apercebemos é tarde, ao teu coração ele aponta...
E neste abraço entre ambos, sente-se um calor diferente,
Que nos ilumina o espírito, mas um aclarar que se sente...
Muito se vive por ele, muito se sofre, muito se chora,
Mas também há euforia, quando um ser se enamora...
Tira-nos o discernimento, por vezes a própria visão,
São males que bem conhecemos, os que provêm do coração...
É capaz de nos entorpecer e a razão deturpar,
O nosso ser transforma, quando nos consegue dominar...
E por vezes mesmo ao engano, importância não é dada,
Transcendemo-nos e lutamos, pela causa idolatrada...
No entanto existe também, uma outra possibilidade,
Pois quando ele nos engana, do verdadeiro sentimos saudade...
Mas é bom ser-se invadido, por tal sentimento sadio,
Embora haja quem prefira, ser dono de coração vadio...
e quando se diz que se pode, por ele chegar a morrer,
Não é fruto do exagero, apenas do muito querer...
É um sentimento único, do qual não é fácil falar,
É difícil escolher palavras, para o conseguir designar...
Mas quando alguém o desperta, no fundo da nossa essência,
Não olhamos a meios, e perdemos a clarividência...
Vivemos cada momento, como se o amanhã não existisse,
Somos o espelho da alma, reflectindo o que ela nos disse...
E quando é correspondido, sincera e verdadeiramente,
Nada nos pode parar, nada e ninguém nos faz frente...
Somos movidos por uma veemência, que roça o sobrenatural,
Superamo-nos constantemente, como que algo habitual...
Portanto quando digo, que não é fácil falar do amor,
Falo de algo que sinto e que sinto com todo o fervor...
Minha alma incendeia, sinto o sangue a acelerar,
O meu estômago aperta, depois do peito acanhar...
Sua presença me afecta, mas de extremosa maneira,
Faz de mim algo melhor, sem que isso eu queira...
É assunto complicado, temos de o admitir,
Mas sempre que é examinado, não evitamos sorrir...
E embora algo abstracto, que não podemos tocar,
Sem ele não podemos viver e sem ele não queremos ficar!