O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pura e Simplesmente

Noutro dia perguntaram-me porque ataco a escrever,
A resposta foi bem simples, não ataco faço ver...
Maior parte dos assuntos é mais do que normal,
Eu apenas os abordo de uma forma natural...
Não vale a pena fazer bichos de sete cabeças,
Pois por certo não é certo que a multidão convenças...
Tento levar tudo na boa mas com uma certa atenção,
E o mais sério assunto despercebido não passa não...
Então depois disto tudo recadinhos quero dar,
Mas cuidado com as mensagens pois ainda dão que pensar...
Só não entende quem é curto, ou por curto se quer passar,
Os dizeres são bem simples, muito fáceis de apanhar...
Mas insistiam na ideia do confronto linguístico,
E eu insistia na resposta disto ser um dom artístico...
Então depois de bem lerem lá deram o braço a torcer,
O master_d não ataca realmente só faz ver...
Injustiças, mal entendidos e confusões à mistura,
Fazem parte destas letras, desde que o blog dura...
Sempre com consciência e algumas a querer mudar,
Combatendo o que está mal com a literatura a ajudar...
Acusam-me de injusto e de duro querer parecer,
Mas se repararem bem digo o que tenho a dizer...
Sem maldade, crueldade, sem segundas intenções,
O que escrevo vai directo aos mais puros corações...
Aqueles que me percebem e me podem ajudar,
Vão vivendo o dia-a-dia onde eu me vou inspirar...
Porque é na realidade que procuro a inspiração,
Motivos para escrever e elaborar a reivindicação...
Não preciso inventar, está tudo à minha frente,
Basta andar bem atento e viver bem o presente...
E quando me dizem se ainda não me fartei,
Eu respondo que a vida não está como a imaginei...
Portanto vou escrevendo não para a tentar mudar,
Apenas focar alguns pontos que gosto de salientar...
Porque se todos o fizéssemos nem que fosse só um pouco,
As coisas mudariam sem ser preciso ficar louco...
Porque criticar é fácil e o dedo apontar,
Difícil é dar sugestões para a coisa melhorar...
Aproveito então a dica e continuo a mandar vir,
Porque com tanta confusão é difícil ver sorrir...
E o que nos faz falta e combate as contradições,
É sorrir bem mais para alegrar os corações...
Anda tudo zangado, com cara de poucos amigos,
Sinto falta dos tempos em que eram mais divertidos...
Por isso já sabem, o recado está dado,
Quero ir curtir as festas com o meu sorriso rasgado...
Porque sempre o tive e sempre o hei-de ter,
O que quero é à minha volta gente que o saiba devolver...
E assim hoje termino, já não vos chateio mais,
Mas não pensem que descanso, isso já era demais...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Indefinições

Já passou algum tempo mas volto sempre à escrita,
Sei que já disse muita coisa mas muita estará por ser dita...
Os dias vão passando e na mesma realidade,
Recordo outros tempos, em que me bate a saudade...
Mas foco o presente, tenho de me concentrar,
Não é fácil cumprir, mas há que rotinar...
Muito me passa pela cabeça, pensamentos revolucionários,
Tenho vontade de rebentar, mas medo de efeitos contrários...
Já falei das injustiças, mas essas teimam em gravitar,
Sempre à minha volta, para a paciência testar...
Vou levando com calma, a que consigo manter,
Por vezes não é fácil, mas lá se continua a viver...
Não é contra a máquina esta raiva que me invade,
Apenas contra um sistema, o qual me dissuade...
Mas estou, e dou a volta por cima,
Não será isso que me verga, apenas me aproxima...
Duma outra realidade, completamente diferente,
Uma que poucos conhecem, ou não vêm simplesmente...
Porque como em tudo nesta vida, há que ter cuidado,
E não posso dar-me ao luxo, de dar um passo mal dado...
Mais vale jogar pelo seguro, muito espírito de abnegação,
E no final das contas, surge sempre uma razão...
A espera tem sido longa, mas está perto do final,
A consciência está tranquila, mas estará a de outros igual?
Muito empenho demonstrado, muito suor e sacrifício,
Valem bem o reconhecimento dos mestres deste ofício...
Mas esse tarda em chegar e o orgulho engolido,
Explode com demasiada força, e quer muito ser ouvido...
A vida tem destas coisas, e surge uma tristeza danada,
Invade o sentimento seguro, fruto de uma longa caminhada...
É triste ser assim, mas nada posso fazer,
E não posso deixar passar, o que eles não querem ver...
Portanto escrevo estas linhas, com grande indefinição,
Não são resultado do desespero, mas apenas de uma razão...
Não guardo nenhum rancor, muito pelo contrário,
Se isso me permitisse, não seria arbitrário...
A luta continua, bem como a entrega,
Acredito que assim se alcança, a vitória mais cega...
E lá vou vivendo os dias, recheados de emoções,
Mas não posso negar à cabeça, todas estas indefinições...
No entanto assim termino, com o pensamento no amanhã,
Pode não ser o melhor, mas mantém a cabeça sã...
E para os que me acompanham, nesta longa caminhada,
Um abraço dos grandes, e nas costas "a palmada"...