O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

domingo, 20 de setembro de 2009

Como sempre...

É engraçado como se passa do 8 para o 80,
A mente não percebe o que o coração não aguenta...
Não se entende, como se muda assim de ideia,
Atiram-se fora momentos, queimados vivos na fogueira...
Para isto nunca se está ou vai estar preparado,
És capaz é de passar, mais um mau bocado...
A tristeza aumenta ou a alegria desvanece,
Não relaxes a pensar que o mal nunca acontece...
Afinal desta vez, não foi diferente,
Acabas como sempre com um coração demente...
Não se percebe o que andavas a pensar,
Nesse aspecto tu já sabes qual é o teu lugar...
E se estás sozinho é por alguma razão,
Se acreditas no contrário, aqui está mais um não...
Mas segues em frente, e em frente tens de seguir,
Em coração trancado não há de onde fugir...
Apenas quero, ser como imensa gente,
Partilhar os bons momentos sem pensar mais à frente...
Porque isso muda tudo, não é nada natural,
E se te entregas é a alguém que julgas especial...
Mas quantas são as vezes em que já estiveste errado,
Na desilusão encontras o castigo que te é dado...
É mesmo assim a vida, para ti não há tréguas,
Por mais que as procures, por mais que percorras léguas...
Felicidade não é algo, com que possas contar,
Talvez no sofrimento seja mesmo o teu lugar...
Onde tu te sentes, como se de casa se tratasse,
E ainda te questionas como se isso não bastasse...
A resposta é simples, muito fácil de entender,
Não se trata de sorte pois essa nem te quer ver...
Parece que para isso, não foste designado,
Mas também mais vale sozinho do que mal acompanhado...
Nunca encontraste quem realmente te mereça,
Mas não deixas que isso te dê a volta à cabeça...
Porque as coisas acontecem quando menos esperas,
E és o domador perfeito para controlar as feras...
Portanto vai com calma e deixa a vida rolar,
Como sempre é do zero que tudo volta a começar...
E da situação retiras mais uma lição,
Para juntar às outras que te enchem de razão...
Só existe um pormenor que há a lamentar,
Quem vier a seguir a factura vai pagar...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Remorsos...

Há dias, em que não damos mesmo uma para a caixa,
Na vida descontrolada em que nada se encaixa...
E chega um medo, receio de fazermos má figura,
Porque a "popularidade" entra logo em ruptura...
No fundo, preocupas-te demais com as aparências,
Que por vezes nem dás conta das verdadeiras carências...
Para o "nível", sacrificas por vezes amizades,
Negligencias pessoas, sentimentos e saudades...
Porque se realmente és uma estrela, no céu de alguém,
Por vezes vem tudo abaixo e a culpa é de quem?...
Depois surge algo, parecido com arrependimento,
Mas agora já é tarde e vai cair em esquecimento...
Vou falar, e para que não hajam confusões,
De remorsos ninguém gosta, são das piores sensações...
Se eles existem, foi porque fizeste algo de errado,
E se assim o consideras passas sempre um mau bocado...
Não adianta, já não vais a tempo de o compor,
Se pensasses nisso antes não sentias esse ardor...
Mas tentamos sempre e por vezes é bem ridículo,
O meio que utilizas para emendar o capítulo...
Não esqueças que, por mais que não queiras,
Pessoas magoaste e sem perder as estribeiras...
E sem pensares, agora sentes-te muito mal,
Porque isso não se resolve com um mudar de canal...
Apenas tens, que admitir a prepotência,
Ser humilde e explicar, essa tua tendência...
Porque é curioso, mas quem normalmente sofre,
É sempre alguém que não merece que isso assim fosse...
E falo agora, da dita consideração,
Aquela que dás ao desbarato e por vezes sem razão...
Falhas a quem, por vezes mais devias acarinhar,
E diz-me lá agora se não te estás a identificar...
Todos fazemos o mesmo, ou então já o fizemos,
Eu sei bem que dói, são sentimentos eternos...
Alguns tentam esquecer, outros nem se apercebem,
O melhor discernimento faz com que as almas sosseguem...
A solução passa pela mudança de atitude,
Quando interiorizares a falha faz com que tudo mude...
É preciso força, mas aquela de vontade,
Porque a mente domina o corpo, isso é bem verdade...
Depende de ti, integridade versus conforto,
Mas se não consegues mudar podes considerar-te morto...
Porque todos os dias, todos estamos a aprender,
Se não consegues sentir isso, é porque não queres ver...
E já diz o velho ditado, um que muito bem sei,
Que em terra de cegos quem tem um olho é rei...
Então já sabes e em jeito de sermão,
Se já falhaste a alguém, não hesites em estender-lhe a mão...
Admite o teu erro, dá o teu braço a torcer,
Pode não dar em nada mas também não vai doer...
Nunca se sabe, o que pensa o outro lado,
E se calhar uma satisfação vale mais do que um recado...
Porque no fundo, é muito fácil falar,
O problema reside precisamente em começar...
Junta forças e avança, não te arrependerás,
Se não for com o diálogo não sei como o farás...
É tudo muito simples, mas é preciso atenção,
O silêncio é de ouro, mas não nesta canção...