O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Remorsos...

Há dias, em que não damos mesmo uma para a caixa,
Na vida descontrolada em que nada se encaixa...
E chega um medo, receio de fazermos má figura,
Porque a "popularidade" entra logo em ruptura...
No fundo, preocupas-te demais com as aparências,
Que por vezes nem dás conta das verdadeiras carências...
Para o "nível", sacrificas por vezes amizades,
Negligencias pessoas, sentimentos e saudades...
Porque se realmente és uma estrela, no céu de alguém,
Por vezes vem tudo abaixo e a culpa é de quem?...
Depois surge algo, parecido com arrependimento,
Mas agora já é tarde e vai cair em esquecimento...
Vou falar, e para que não hajam confusões,
De remorsos ninguém gosta, são das piores sensações...
Se eles existem, foi porque fizeste algo de errado,
E se assim o consideras passas sempre um mau bocado...
Não adianta, já não vais a tempo de o compor,
Se pensasses nisso antes não sentias esse ardor...
Mas tentamos sempre e por vezes é bem ridículo,
O meio que utilizas para emendar o capítulo...
Não esqueças que, por mais que não queiras,
Pessoas magoaste e sem perder as estribeiras...
E sem pensares, agora sentes-te muito mal,
Porque isso não se resolve com um mudar de canal...
Apenas tens, que admitir a prepotência,
Ser humilde e explicar, essa tua tendência...
Porque é curioso, mas quem normalmente sofre,
É sempre alguém que não merece que isso assim fosse...
E falo agora, da dita consideração,
Aquela que dás ao desbarato e por vezes sem razão...
Falhas a quem, por vezes mais devias acarinhar,
E diz-me lá agora se não te estás a identificar...
Todos fazemos o mesmo, ou então já o fizemos,
Eu sei bem que dói, são sentimentos eternos...
Alguns tentam esquecer, outros nem se apercebem,
O melhor discernimento faz com que as almas sosseguem...
A solução passa pela mudança de atitude,
Quando interiorizares a falha faz com que tudo mude...
É preciso força, mas aquela de vontade,
Porque a mente domina o corpo, isso é bem verdade...
Depende de ti, integridade versus conforto,
Mas se não consegues mudar podes considerar-te morto...
Porque todos os dias, todos estamos a aprender,
Se não consegues sentir isso, é porque não queres ver...
E já diz o velho ditado, um que muito bem sei,
Que em terra de cegos quem tem um olho é rei...
Então já sabes e em jeito de sermão,
Se já falhaste a alguém, não hesites em estender-lhe a mão...
Admite o teu erro, dá o teu braço a torcer,
Pode não dar em nada mas também não vai doer...
Nunca se sabe, o que pensa o outro lado,
E se calhar uma satisfação vale mais do que um recado...
Porque no fundo, é muito fácil falar,
O problema reside precisamente em começar...
Junta forças e avança, não te arrependerás,
Se não for com o diálogo não sei como o farás...
É tudo muito simples, mas é preciso atenção,
O silêncio é de ouro, mas não nesta canção...

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