O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Intemporal...

Quantas e quantas vezes vou precisar de o dizer,
Nesta sociedade querem dominar, a seu belo prazer...
Juventude corrompida, sem valores, responsabilidade,
Usam como argumentos outros tempos, a idade...
Mas nem sempre foi assim, bem pelo contrário,
Esses tempos não estão tão longe no meu imaginário...
Fazíamos tudo o que havia e não havia a fazer,
Mas sempre com cabeça, não fosse o diabo tecer...
Maluqueiras saudáveis mas dentro dos limites,
Sabíamos até onde íamos e sempre sem palpites...
Não fomos nenhuns santos, mas somos bem formados,
Talvez façam hoje falta os cotas antiquados...
A menina sai à vontade, o menino ainda mais,
Depois temos os excessos a começar cedo demais...
Liberdade sim, também sou apologista,
Mas é em demasia e não me chamem de fascista...
Sabia tão bem lutar por mais uns minutos na rua,
E nunca ninguém morreu, não levando em diante a sua...
Outros tempos, sem dúvida outras vontades,
Esta é sem dúvida a mais pura das verdades...
A nossa dose de loucura era bem mais saudável,
E as ideias, atitudes eram de teor confiável...
Mas mais importante do que tudo quero falar no respeito,
Pelo próximo, pelos mais velhos, por quase tudo com efeito...
De tudo o que significávamos era onde tínhamos vantagem,
É a peça que mais falta faz nesta importante engrenagem...
Passam por cima dos outros como se não existissem,
Pensar um pouco neles era bom que conseguissem...
Egoísmo qb, irreverência e alienação,
Fazem parte da sua realidade, mas existe um senão...
Com sobremesas como exemplo, não há lugar para fracos,
E com indiferença no dia-a-dia fazem os seus contactos...
Aparências, ostentação, são as suas prioridades,
Nem atingem que quem falha, falha pelas dificuldades...
Crueldade e vingança, bagagem sem regresso,
Julgam que essa vertente lhes pode trazer sucesso...
Porque ser "cool", estar na moda, é o que mais lhes apetece,
Não têm noção que ali ao lado, o mal também acontece...
Estou a generalizar, sei que é um pouco arriscado,
Mas pelo que vejo todos os dias parece-me bem acertado...
É preciso impor respeito, do bom à antiga e verdadeiro,
Porque neste Mundo de injustiças nós chegamos primeiro...
E se o rumo não agrada, há que o tentar mudar,
E o exemplo começa sempre, dentro de cada lar...
Sempre fomos castigados, e ainda estamos inteiros,
Não nos falta nenhuma peça, como ao relógio ponteiros...
Então vamos a isso, vamos dar educação,
E se for necessário vai ser pela própria mão...
Respeitamos, ajudamos, e no entanto irreverentes,
Estes são os exemplos que deviam ter presentes...
Senão um dia destes não vamos a lado nenhum,
Já bem basta as Estrelitas substituírem o Nestum...
Aprendam a dizer que não, vão ver que é na boa,
E no dia seguinte eles acordam sem que nada lhes doa...
Porque prevenir é mais fácil do que remediar,
E a situação já leva avanço mas vai ter de parar...
Então vos digo hoje e em recado para a sociedade,
A Geração Rasca éramos nós, mas deixámos saudade...

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