O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

No fim...

Apetece-me disparar, mas um tiro bem certeiro,
E matar tudo o que sinto apenas com o primeiro...
A revolta está de volta, sinto-me aprisionado,
A escrever liberto tudo, fico mais do que curado...
Na sede de justiça engulo todos os sapos,
No fundo do estômago batem e ficam bem guardados...
É que para bom entendedor meia palavra basta,
Aqui não há excepção, nem o conteúdo se arrasta...
Acabem-me com o sofrimento, deixem-me descansado,
Olho e julgo de cima, calo mas não fico engasgado...
Porque nesta vida já vi de tudo um pouco,
E normalmente o desagrado gritava, até ficar rouco...
Mas agora mudei a táctica, ouço mais do que o que falo,
No entanto por vezes até parece, que efectivamente me ralo...
E neste jogo do mete nojo, vou andando alienado,
Tudo em prol do bom senso, e do que sou educado...
Vejo tudo com desagrado, a hipocrisia abomino,
Mas nesta cena de actores, sou eu que mais domino...
Consigo controlar pois está tudo acabado,
E não vou ter mais de olhar para quem me olha de lado...
Ignoro e desprezo, como há muito devia ter feito,
Mas a sensatez moldou-me o preconceito...
Agora basta ser eu mesmo, já não preciso de fingir,
Mas se me incomodam de novo, vão ter vontade de fugir...
Porque a paciência tem limites e o protocolo também,
E já não me obrigam a ouvir o que não quero de alguém...
Sinto-me aliviado mas ao mesmo tempo arrependido,
Sinto que indirectamente afinal andei fodido...
E isso não é agir bem, não é ser justo comigo,
Porque se não somos nós a querer o melhor para nós,
Por certo não são os outros a erguer a nossa voz...
No entanto também sei, que foi a melhor atitude,
Porque a honra salvaguardo, como a melhor virtude...
Vou vivendo devagar, vou orientando a vida,
Mas faço-o todos os dias, com a cabeça bem erguida!

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