O que é para ser dito tem de o ser, e doa a quem doer...
Letras com inspiração em vivências do quotidiano e escritas em linguagem tribal citadina...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dor

A dor, algo com que ninguém gosta de lidar,
Mas pior do que a física é aquela que não podes tocar...
Podemos obtê-la de muitas maneiras,
E nunca é agradável, não é algo que queiras...
No entanto com ela aprendemos a viver,
Afinal no fim de contas habituas-te a sofrer...
Umas vezes dói mais, outras dá uma trégua,
Está sempre presente como centímetros numa régua...
Pois uma vez chegada jamais te abandona,
Puxa-te para baixo, não consegues vir à tona...
Lutas contra ela, tentas sempre ultrapassar,
O sentimento persiste, no peito é o seu lugar...
Embora abstracta ela cansa, é bem real,
Sentes-te pilha gasta no comando que mais muda de canal...
Mas por mais que tentes mudar, nunca alteras isso,
Ela não se controla, mais parece um feitiço...
E esquecer não é o caminho, disso podes ter a certeza,
Certo como a coroa que fica e só muda a realeza...
Então perguntas tu, o que podes fazer?
A resposta é bem simples, continuas a viver...
Por mais angústia que sintas, cada lágrima liberta,
Na confusão abres caminho, encontras a estrada certa...
Sei que não é fácil, nada nesta vida o é,
Mas chega uma altura em que tens de bater o pé...
Ser forte por ti, e por quem mais te diz,
Nestas andanças sei do que falo, pois já fui aprendiz...
Mas agora sou mestre, infelizmente o digo,
E ultrapassar contrariedades, facilmente consigo...
Porque embora magoe, ela torna-te mais forte,
E seres bem sucedido não tem a ver com a sorte...
Uma força oculta, que te impede de avançar,
É assim que se explica o que estás a passar...
Mas em breve as coisas mudam, é preciso calma,
E a força de que necessitas começa a nascer na alma...
Vem depois a raiva, a inconformidade ataca,
Atravessa-te o coração como se fosse uma estaca...
E é nessa altura, que te sentes preparado,
Porque o mal está feito, não pode ser contrariado...
Mais do que uma batalha, entre a fé e a ciência,
Está uma guerra perdida contra a persistência...
Então levantas a cabeça, libertas o teu olhar,
Esteve preso muito tempo e o chão a focar...
Sais do buraco profundo, que escolheste para te esconder,
Porque embora dorido continuaste a viver...
E agora que vês isso, não o podes negar,
Embora a vida seja injusta é nela que queres ficar!

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